segunda-feira, 5 de setembro de 2016

QUINTO ATO ROMÂNTICO


Casal de mãos dadas




Mark caminhava como de costume todas as manhãs pelas ruas de Salton, seu vilarejo. Mas aquela caminhada parecia a mais longa da sua vida, ele se lembrava do único raio de luz da sua história. Mark havia perdido o pai, e embora tivesse sobrevivido até então, sentia o peso de não ter aqueles momentos de volta,e volta e meia lembrava do quanto eram felizes seus momentos com o seu herói, do quanto eles tinham o que compartilhar. Nesse dia ainda pela manha, Mark estava convencido de que a vida tinha programado a sua infelicidade, e que o único motivo pelo qual havia sentido respirar estava a sete palmos do chão, ele almejava a morte.  

Enquanto a chuva caia durante sua caminhada, ele era o único a caminhar cada vez mais devagar. Salton era um belo vilarejo, e era reconhecido por suas regiões rochosas, Mark se distraia calculando os estragos da queda daquelas rochas, mas dessa vez estava decidido a provar de um mergulho sem volta.

Ao chegar a 100 metros do ponto mais alto das rochas, Mark avista alguém acenado. Ele não sabia do que se tratava, mas todos indícios levavam a acreditar que era uma garota. Antes que Mark pudesse dizer qualquer palavra, a garota correu até ele não disse uma palavra, mas parecia ver em seus olhos toda dor que ele carregava. O que faz aqui? perguntou a garota. Mark titubeou em falar o seu real interesse e amenizou: 
-A vista é realmente incrível.. E você?. 
Ela ainda avaliando o estrago de uma pedra caindo
do penhasco: 
-Eu estava a um passo de me jogar daqui, mas vi você chegar. 
Os dois conversaram por horas, contaram suas histórias, sorriram, choraram. Mark via na história de Vanda obstáculos cem vezes maiores que os seus. A vida realmente parecia ter reservado aquele momento.

Agora sem tanto desejo de morrer assim, os dois trocaram telefones,e ficaram de se falar. Com menos de um mês, já não cabia mais espaço para apenas uma amizade, Mark e Vanda agora radiantes, pareciam viver o maior romance de suas vidas. Não haviam perdido o costume das caminhadas matinais era quase um ritual religioso. Esta manhã enquanto os dois caminhavam e conversavam distraídos, por uma das avenidas mais movimentadas de Salton, um caminhão desgovernado tomou a direção dos dois,agora atropelados, o que se vê é apenas o escuro, mas a mente de Mark deseja não acordar se Vanda não estiver lá.

Conto por: Adonai Campos
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