quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CASO DE JUSTIÇA



Homens de terno


Era possível vê-lo chorando, Billy mal conseguia olhar pra mim. - Só de pensar que havia convidado ele com tanto entusiasmo, afinal ele é o meu melhor amigo. Tinha tudo pra ser um jantar perfeito, já que pela manhã eu havia recebido a notícia do resultado da apuração dos votos, agora eu era deputado federal, simplesmente cinco anos de luta por por esse cargo, e depois que terminei meu casamento com a Bethy, essa era minha única motivação, mas é lógico que minha amizade com o Billy ainda estava acima disso tudo. 

Mas naquela noite ele queria me contar algo, e eu percebi assim que ele chegou. Ele parecia nervoso, estava o tempo todo conferindo o seu relógio como se estivesse esperando por alguém, ou quem sabe por algo. Aquilo me deixava impaciente, mas eu estava tão feliz por minha promoção que tentava não dar tanta atenção para isso.  Depois de alguns drinks Billy parecia outra pessoa, estava transtornado, chorava feito criança. Eu tentava acalmá-lo é claro, sem muito sucesso nos primeiros minutos, mas depois de um tempo ele logo me contou o que havia acontecido. Billy me contara que havia atropelado um esquilo no caminho para o restaurante, que estava em alta velocidade, e que antes disso havia tido uma discussão “daquelas” com sua esposa a Velma. 

- O senhor vai me desculpar Inspetor Holy, mas acho que não pode ter sido outra pessoa. 

- Continue sua versão senhor Eric, e poupe- me dos seus comentários. 

-Sim, senhor Holy. Então durante a nossa conversa o celular do Billy tocou, ele saiu para atender, e quando voltou parecia mais tranquilo. Não me disse quem era no celular, mas depois disso nós só conversamos sobre o trabalho.  -Ele foi embora no próprio carro, eu até pedi pra ele ir de taxi, mas ele sempre foi muito irredutível... - Isso é tudo que eu sei.. 

-Muito bem senhor Eric. Mas sua versão não explica as manchas de sangue do senhor Billy Hunt encontradas no seu carro, e o fato do único número que o senhor Billy Hunt recebera ligação essa noite ter sido exatamente o do senhor, senhor Eric, não o ajuda nem um pouco. No exame de corpo de delito que fizemos na senhora Velma Hunt, nas marcas de socos, foram encontrados vestigos de que o golpeador usava um anel exatamente como o seu. 

Alguém entra na sala de interrogatório. 

-Senhor Inspetor Holy?!

-Sim, sou eu.

-O senhor está preso, acusado de formação de quadrilha, corrupção e por mais de 150 casos de suborno. Tem o direito de permanecer calado, e tudo que disser poderá e será utilizado contra o senhor diante do tribunal.  

-Agora venha senhor Deputado Eric.  


Conto por: Adonai Campos

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